Especialistas alertam para os primeiros casos de “supermicose” nos Estados Unidos

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos informaram, na última sexta-feira (12), sobre os dois primeiros casos de uma “supermicose” altamente contagiosa e resistente aos medicamentos comumente usados. A nova espécie do fungo, também chamado de dermatófito, Trichophyton indotineae, provoca a tinea, uma infecção que pode atingir várias regiões do corpo e se caracteriza por placas inflamadas na pele que causam coceira.

Os autores de um artigo encaminhado aos CDC alertam que essa nova espécie do fungo “são frequentemente resistentes à terbinafina, um dos pilares do tratamento da tinea”. Uma epidemia de tinea resistente a antifúngicos surgiu no sul da Ásia na última década e “provavelmente foi impulsionada pelo uso indevido e excessivo de antifúngicos tópicos e corticosteroides”, ressalta o documento.

Primeiros casos nos Estados Unidos

Pacientes infectados pelo T. indotineae já haviam sido identificados também na Europa e no Canadá, mas nunca antes nos Estados Unidos. Os casos americanos foram notificados às autoridades em 28 de fevereiro deste ano por um dermatologista da cidade de Nova York.

Dois pacientes dele, sem vínculos epidemiológicos entre si, tinham tinea grave, que não melhorou com tratamento oral com terbinafina. O primeiro caso foi o de uma mulher de 28 anos que apresentou os primeiros sintomas da supermicose em dezembro de 2021. Ela estava no terceiro trimestre de gravidez e teve erupções cutâneas como placas grandes, anulares, escamosas e pruriginosas no pescoço, abdômen, região pubiana e nádegas.

Tratamento

Em janeiro, após o nascimento do bebê, a paciente começou o tratamento com terbinafina, mas sem sucesso. Depois de duas semanas, a medicação foi suspensa e substituída por outro antifúngico, o itraconazol. Passadas mais quatro semanas, os sintomas da tinea desapareceram.

O segundo caso foi o de uma mulher de 47 anos que desenvolveu erupções de pele generalizadas que coçavam. Ela estava em Bangladesh, na Ásia, e recebeu o primeiro tratamento lá, na metade de 2022. Os médicos prescreveram antifúngico tópico, além de cremes combinados com esteroides.

Ao retornar aos Estados Unidos, a mulher passou em um serviço de emergência, de onde saiu com receitas de hidrocortisona, difenidramina, creme de clotrimazol e creme de terbinafina, que também não surtiram efeito. Em dezembro de 2022, em outra consulta com dermatologistas, a paciente permanecia com placas escamosas e anulares na pele que acometiam as coxas e as nádegas. Ela foi tratada por quatro semanas com terbinafina oral, mas sem sucesso.

Transmissão local

O filho e o marido da paciente, que estavam na mesma viagem, relataram erupções de pele semelhantes. Eles estão sendo monitorados pelas autoridades sanitárias. O primeiro caso é o que mais chama a atenção dos autores do documento, porque a paciente não tinha histórico de viagem, “o que sugere potencial transmissão local de T. indotineae nos EUA”.

Especialistas alertam

Especialistas alertam que a “supermicose” é altamente contagiosa e resistente aos medicamentos comumente usados. Por isso, é importante que as autoridades sanitárias fiquem atentas a possíveis casos da doença e que a população evite o uso excessivo e indevido de antifúngicos tópicos e corticosteroides. A prevenção é a melhor forma de evitar a propagação da doença.

Este texto foi gerado pela IA do GerAI e recebeu curadoria humana de Manoela Meneses, do JOR, para garantir sua qualidade e relevância.
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