Há dez anos os cinco maiores jornais do mundo publicavam o maior vazamento de documentos da história do jornalismo. O site Wikileaks disponibilizou mais de 250 mil telegramas diplomáticos do Departamento de Estado que destrinchavam a política interna de mais de cento e setenta países na primeira década do século 21. A codiretora da Agência Pública, Natalia Viana, viu essa história de perto, sendo a única jornalista brasileira a trabalhar diretamente com o Wikileaks para tornar públicos os documentos do vazamento que ficou conhecido como Cablegate.
Para marcar os dez anos desta história, a Agência Pública se junta à empresa pioneira em newsletters Meio para lançar a série “O ano em que o Wikileaks mudou o mundo”, com textos inéditos escritos por Natalia Viana sobre os bastidores do Cablegate, o vazamento que abalou as estruturas do jornalismo e levou a uma perseguição contra o australiano Julian Assange que já dura uma década.
O primeiro episódio será enviado imediatamente para todos que se inscreverem na nova newsletter. Nele, Natalia conta sobre como embarcou para Londres após receber um telefonema misterioso, sem saber o que faria nos dias seguintes. Ela explica por que é importante conhecer a história do vazamento dez anos depois: “Eu nunca escrevi essa história até agora porque não imaginava que a campanha contra o WikiLeaks chegaria ao ponto de colocar todos os demais jornalistas do mundo em risco. Agora, com o pedido de extradição de Assange para os EUA por ter vazado aqueles documentos, é fundamental que todos conheçam essa história. Nós arriscamos a nossa vida para fazer jornalismo e trazer a verdade à tona”.
“O ano em que o Wikileaks mudou o mundo” é uma newsletter pop-up, um novo formato de newsletter em série que se encerra após um determinado número de edições.
Os demais episódios serão enviados para os que se inscreverem às segundas-feiras, a partir do dia 4 de janeiro de 2021. Inscreva-se aqui.
No mesmo dia, uma corte britânica deve decidir se Julian Assange deve ou não ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado por espionagem por ter publicado documentos do governo americano. Julian pode enfrentar mais de 150 anos na cadeia se for extraditado.
“Um de nossos principais objetivos é experimentar com formatos digitais para produção de jornalismo”, explica Pedro Doria, editor do Meio. “Queremos encontrar o leitor, o espectador, no momento que for da conveniência dele. A Natalia traz uma narrativa longa, escrita, que ao mesmo tempo representa uma forma muito tradicional de jornalismo assim como tem a qualidade do texto dela. A história tem a mais alta relevância, ela faz parte das transformações do século 21. E nos permite explorar uma maneira diferente de distribuí-la. Como série. Via newsletter.”
Para receber o primeiro episódio e seguir acompanhando a história, basta se inscrever gratuitamente pelo link.
Arte: Helton Mattei/Agência Pública