Organizações de jornalismo independente vão monitorar casos de violência nas eleições municipais

O ano de 2020 já está marcado pela violência política. Segundo levantamento do Estadão, ocorreram até agora mais de 80 assassinatos motivados por disputas políticas. Nesse contexto, iniciativas de jornalismo independente se juntam em projeto que vai monitorar e mapear casos de violência nas eleições municipais. São elas: Agência Pública, Agência Saiba Mais, Amazônia Real, Gênero e Número, Marco Zero, Plural, Ponte Jornalismo, Portal Catarinas e Projeto #Colabora.

Eleitores de todo o Brasil podem denunciar através de um questionário violências motivadas por questões políticas que sofreram ou testemunharam. Todos os relatos serão apurados por repórteres dos veículos que participam do projeto, que a partir das informações dos eleitores farão entrevistas com vítimas de violência, testemunhas e autoridades locais.

Este é mais um projeto de investigação participativa, que a Agência Pública vem fazendo desde junho deste ano. Desta vez, juntam-se à investigação um consórcio de veículos independentes e premiados espalhados pelo país, que vão ajudar a divulgar o projeto e apurar as denúncias feitas por eleitores. As informações levantadas através do questionário serão checadas e, se confirmadas, publicadas em reportagens feitas pelos veículos que participam do projeto. A identidade dos eleitores que enviarem relatos e as informações fornecidas só serão publicadas se houver permissão do denunciante.

Investigação Participativa

Em uma investigação participativa, o público ajuda o repórter a investigar. Nesta nova abordagem para o jornalismo investigativo, as redações abrem espaços para que os leitores enviem relatos, ideias ou denúncias sobre um determinado tema. Estas contribuições podem servir para chamar a atenção dos jornalistas a um assunto que ainda não foi abordado, encontrar pessoas que tenham vivido um problema sobre o qual os repórteres estão investigando ou orientar a apuração de outras maneiras. Após receber e analisar os relatos, os repórteres partem para a investigação. Passado o período de apuração, quando são analisadas as histórias, reunidos dados e documentos, e a veracidade de todas as informações é confirmada, as histórias viram reportagens.

Imagem: Divulgação

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