Na última sexta-feira (07), o correspondente do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, foi formalmente acusado de espionagem pelas autoridades russas. Segundo a Interfax, Gershkovich teria coletado informações secretas sobre as atividades de uma das empresas do complexo militar-industrial russo, agindo sob instruções do lado americano.
Detido em 30 de março em Yekaterinburg, no centro da Rússia, o jornalista compareceu perante um juiz no distrito de Lefortovo, em Moscou, onde se declarou inocente. Seu advogado, Daniil Berman, não comentou o caso.
Prisão preventiva e apelação
Gershkovich foi colocado em prisão preventiva até 29 de maio e apelou da decisão. A audiência de apelação foi marcada para o dia 18 de abril. O jornalista teria sido acusado de violar o artigo 276 do código penal russo por se envolver em espionagem. Se condenado, ele poderia enfrentar até 20 anos atrás das grades.
Flagrante e troca de prisioneiros
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu Gershkovich como tendo sido pego “em flagrante”. Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o que quer que o jornalista estivesse fazendo, “não tinha nada a ver com jornalismo”. Ela ainda acrescentou que governos ocidentais já usaram repórteres como espiões.
O Wall Street Journal negou que Gershkovich estivesse espionando e exigiu sua libertação, alegando estar “profundamente preocupado” com sua segurança. A agência também sugeriu que a Rússia deteve injustamente o jornalista para trocá-lo por alguém.
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