Agências de Comunicação: Como lidar com o Fluxo de Caixa em meio à Crise

A recessão imposta pela pandemia do novo coronavírus trouxe um cenário financeiro diferente do esperado por muitos no planejamento para este ano, principalmente na área de comunicação. Se a projeção para 2020 era de crescimento e novas oportunidades, a realidade, na verdade, nos trouxe um impacto de 50% de redução da receita estimada da maioria das agências, empresas de comunicação e inovação criativa do mercado.

No entanto, ao mesmo tempo em que esse turbilhão de acontecimentos nos desafia constantemente, também nos faz pensar em mudanças, oportunidades, flexibilidades e benefícios, tópicos esses, de suma importância para a qualquer negócio, independente do porte da organização.

Agora, muitos devem estar se perguntando: mas como planejar uma reinvenção em meio a um baque financeiro tão forte? Pois bem, antes de tudo, existem ações e conceitos relativos às finanças que devem ser bem compreendidos para se estruturar uma retomada, como:

1. Adaptação ao novo orçamento:

  • A primeira e mais importante ação a ser feita nesse momento é a revisão de todo o planejamento do negócio com a finalidade de reduzir ao máximo os gastos / custos, sejam eles na área administrativa, comercial, TI, ou até mesmo na estrutura da instituição;
  • Negociação é um dos pilares de qualquer organização, e em meio a uma crise se torna ainda mais essencial. Negocie a isenção ou redução de gastos como aluguel, condomínios e outros custos fixos a fim de minimizar os prejuízos;
  • Se adaptar ao novo orçamento inclui também estimar a redução do lucro e retiradas por parte dos sócios. Nos dias atuais, todo alinhamento financeiro é necessário.

2. Ajuste o caixa:

  • Com a receita da empresa em baixa, prorrogar e parcelar impostos, tributos, assim como outras despesas ou dívidas pode ser uma boa opção para reestruturar o caixa.
  • Considere também a obtenção de um empréstimo para equilibrar as contas, desde que, o mesmo seja realizado de maneira planejada.

3. Impacto social:

  • Além da repercussão no financeiro da empresa, também recai sobre a agência e seus colaboradores grandes impactos sociais devido ao decrescimento da economia. Por isso, é preciso pensar com calma e estrategicamente para buscar a melhor equação dos fatores, focar na continuidade do negócio e se resguardar em tomar decisões imprecisas que possam ocasionar endividamento elevado no futuro, ou seja, evitar o efeito dominó e o travamento da recuperação da instituição pós-crise é fundamental.
  • Tente minimizar as consequências da instabilidade econômica com o plano de ações adaptativas, reajustando as mesmas sempre com base nas projeções futuras do fluxo de caixa anualizado.
  • Muitas ações podem dar apenas fôlego temporário ao caixa, logo, a intenção é evitar essa folga artificial, que depois pode gerar um colapso financeiro. Pois não se resolve um problema criando outro no futuro. O objetivo é pararmos de olhar para o precipício e começarmos a montar a ponte de travessia, mesmo em um período ainda cheio de instabilidades.
  • Portanto, atualizar e adaptar, o quanto antes, o fluxo de caixa anualizado é primordial. Após a etapa de inclusão das informações, podem-se elaborar cenários a partir de um planejamento consciente e se possível já antecipar decisões viáveis.

Poder escolher o melhor caminho com base em um plano de ações assertivo é imprescindível. Lembre-se a crise vai passar, e estabelecer estratégias para que a empresa passe por ela fará com que todos superem esta fase ainda mais fortalecidos. Esta é a hora de somar forças para multiplicar resultados.

Por: Anderson Rabaquini
Sócio Fundador da AMGR Inteligência Financeira. Atuou por 15 anos como Executivo Financeiro nos três principais Grupos Globais de Publicidade e Comunicação, sendo eles: WPP (JWT), IPG (CUBOCC) e PUBLICIS (MSLGROUP ESPALHE).

Foto: Divulgação

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